quinta-feira, 17 de maio de 2018

Entidade Venerada Por Milhões



Eu com meu gosto pela escrita, sempre tive não uma queda, mas um verdadeiro tombo por escrever de sentimentos.

Quando comecei a escrever sobre o Galo, as colunas foram se desenhando em sua maioria sobre os sentimentos em torno de cada partida.

Antes, durante ou após estas, fico me policiando sobre algumas coisas que penso, comento com algumas pessoas próximas, porque falar de um sentimento que alcança tantos é de uma responsabilidade indefinível.

Você vai dar uma volta nas redes sociais e vai ler de um tudo. Vai ter quem defenda, quem ataque, e no fundo sabe que há um motivo só, cada um com sua justificativa, mas não posso crer que seja algo diferente que ver o CLUBE ATLÉTICO MINEIRO no mais alto dos lugares.

Eu sou da banda que vai sempre defender o direito de cobrar, criticar, porque entendo que “quando a gente gosta claro que a gente cuida”, escreveu Peninha, cantou Caetano. Amor é cuidado e cuidado também é bronca. Quem diz que é diferente não está sendo sincero.

Esse gosto amargo de eliminação, essa sensação de corpo doendo, de alma cansada que é imposta a quem está do lado de cá, ouvindo asneiras, vendo sair pela janela a possibilidade menos longínqua de uma vaga na LA, com todo um tom de o que menos vale é o que está aqui dentro da gente, tem todo o direito de exigir respeito com uma história de 110 anos, de exigir mudanças. Isso não é jogar a toalha. Não é torcer contra. Não é desejar que desse errado é, em tempo, esperar que se evite o pior.

Uma das coisas mais urgentes a se entender é que essa ENTIDADE VENERADA POR MILHÕES pertence a esses milhões, que existem há 110 anos. Nem de um e nem de outro. Pertence aos que criticam uma diretoria sim e por que não? Aos que a defendem também. Aos anônimos que não estão nas redes sociais. E aos que estão nelas, podendo de alguma forma fazer esse nome ser mais forte a cada dia. Aos que aumentam as rendas nos estádios e aos que não vão, mas que de certo desejariam ir.

Esses não poupam nada! Por que poupar alguma coisa quando a paixão dessa gente vai além? Esse negócio de priorizar, num esporte em que o casamento com a torcida tem que ir bem, em que as conquistas são necessárias para notoriedade? O castigo vem a galope.

Os vidros da sala de troféus estavam pichados, “onde os fracos não têm vez”. Ainda bem que o sentimento que prevalece e vence os fracos é a lealdade dos fortes que amam. #UMAVEZATÉMORRER


Saudações Alvinegras!
Leide Botelho 17/05/2018

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Devagar e sempre - 19/05/2014




Começar a semana com vitória é fantástico. Segunda vitória seguida dentro de um período de turbulências? Maravilhoso.

É fato que como todo apaixonado, somos exigentes. Não queremos nada além do máximo e do melhor àquilo que em nós, é a maior verdade.

Estamos no quinto mês do ano, ano que começou engessado, sem poder de movimentos, como se estivéssemos amarrados a alguma coisa. Estamos rompendo as amarras.

Temos um caminho longo pela frente, favorecido pela parada para a Copa Do Mundo. Nesse período devemos recuperar a confiança, recuperar a força e também esvaziar nosso departamento médico, que no momento mais se assemelha a um hospital público, tamanha lotação.

As mudanças já são sentidas em campo, os resultados elevam a moral, devolvem gás à esperança. A entrega do zagueiro argentino, que agora parte e que encantou a Massa, deve ser usada como exemplo aos que são, desde bem antes, adotados por essas cores e reverenciados pelas arquibancadas.

Queremos algo que já nos deram, ou seja, algo que não é impossível; a dedicação absoluta ao Manto que vestem para trabalhar.

Queremos vida e alegria no ataque, para que uma tempestade de gols e jogadas incríveis volte a enfeitar os olhos do mundo. Queremos que ao lembrarem de nossa defesa, vislumbrem a imagem de gigantes imbatíveis. Queremos que ao ouvirem nosso nome, façam o sinal da cruz e peçam ajuda aos céus. Queremos que um céu de coisas boas continue habitando nossas almas.

Devagar e sempre, com fé, coragem, o preto e o branco, porque assim nós somos.

Saudações Alvinegras!

Leide Botelho 19/05/2014

O exercício da paciência - 05/05/2014



Há momentos em que nos parece impossível sermos mais pacientes do que já fomos em tantos anos.

Sinto um receio enorme de pedir que sejamos um pouco mais tolerantes. É claro, difícil ser paciente quando em cinco (cinco) meses, deixamos escapulir um Mundial, um estadual e a possibilidade do bi-campeonato sul-americano. Mas precisamos separar bem cada ponto, para não chegarmos à cegueira e prejudicar ao invés de ajudar.

Repito que, desde o título do dia 25 de julho, entramos numa ressaca que não passou. Excesso de felicidade nos acomodou de tal forma, que demoramos um tempo bom para cobrar. Nossa diretoria e jogadores pareceram sentir que fizeram o suficiente, ou tudo, ou muito.

A saída de Cuca, anunciada antes do Mundial, tirou da equipe aquele olhar paternal que fortalecia, empurrava e ainda contagiava com sua fé. Na seqüência, chegou um técnico frio, que parecia distante demais de tudo, ao ponto de fazer uma passagem recorde na era Kalil. Pedimos sua saída, imploramos e demorou demais para que ele fosse embora. Demorou o bastante para não conseguirmos nos salvar a tempo do efeito devastador de “100% desconfiança”.

Encontramos-nos assim agora, completamente intolerantes. Ranzinzas. Temos sim o direito de cobrar mudança de postura, de cobrar contratações de qualidade e resultados. A mudança de postura precisa ser geral.

Vaiar um técnico em seu terceiro jogo, sabendo que ele não conhece a fundo o grupo, destoa de qualquer ato sábio. O técnico que por vezes pedimos, chega falhando sim, na maneira de falar. Não podemos tratar pessoas como números, pessoas sentem, passam por dificuldades e por mais que devamos separar profissional e pessoal, o ser humano é um conjunto de tudo que envolve sua vida. É preciso motivar, fazer acreditar quando tudo parece avançar pela contramão.

Chegamos ao ponto de um dos únicos integrantes do elenco que permanece INTEIRO desde a final da LA2013, se posicionar sobre as cobranças, dizendo ser muito fácil aplaudir quando tudo está indo bem.

O que percebo do dia primeiro de maio até ontem, é um time engajado, empenhado em mandar para as “cucuias” essa má fase. Taticamente talvez nada que salte aos olhos e que nos faça meter o pé no pessimismo. Vaias a jogador que voltava a campo ontem, depois de lesão.

Tivemos no jogo de ontem a alegria da entrada do garoto Soutto, que por sinal entrou bem, mas que foi substituído sem necessidade alguma a meu ver. Dentro do normal até então um erro do banco.

Muita coisa precisa chegar aos eixos. Começando pelo nosso presidente, que precisa lembrar que seu mandato ainda não chegou ao final. Frustra-nos que alguém a quem tanto admiramos, em busca de outros objetivos, deixe de forma aparente, as coisas correrem sem atitudes que realmente façam as coisas mudarem. Ele que sempre foi respeitado por todos dentro do clube, está distante sim. Se não estivesse muitos problemas teriam sido evitados.

Temos um diretor de futebol que figura em nosso clube. Os bons nomes trazidos nos últimos tempos não saíram dele, o técnico que jogou na lama nosso primeiro semestre, não foi sugestão dele, ou seja, figuração em um clube com a grandiosidade do Galo é completamente dispensável.

Como esperar que nossos jogadores mantenham a intensidade e a entrega quando lá de cima, tudo parece estar pro cocos?

E nós, Massa Atleticana, por mais preocupados e zelosos que estejamos, temos que dosar nesse momento o que falamos por aí. Dar munição pra quem nos quer no chão é ignorância. Podemos cobrar, mas devemos principalmente motivar. Lembrar aos que não estão bem que juntos podemos muito mais.

Pra frente e pra cima, nunca pra baixo. Somos uma torcida fiel, que ama acima de todas as coisas, que nossas atitudes reflitam amor e fidelidade e não só fidelidade. Que de nós saia o que não percebemos em campo, força e fé nos que nos representam.

Se eles não acreditam, nós precisamos fazê-los acreditar.

Que passe a fase ruim e que sejamos sábios no agir e falar.

Saudações Alvinegras!
Leide Botelho 05/05/2014

Tocando em frente - 02/05/2014



Quero começar a coluna de hoje, repetindo um apelo já feito. LEMBRA-TE DE QUEM ÉS!

Hoje mais que nunca, não podemos esquecer que somos honrados simplesmente pelo fato de ter escolhido essas cores, de tê-las tatuado em nossa alma e cravado em nosso DNA a opção de pertencer a uma nação indiscutivelmente ensandecida de paixão.

Não quero falar sobre uma desclassificação, por mais que o coração desejasse a vaga na próxima fase. Isso não pode ser maior do que a responsabilidade que temos de levar à posteridade o GALO. Não pode ser maior que a responsabilidade de ensinar aos nossos pequenos alvinegros que a vida do atleticano é a vida real, que não se vive só de glórias, que quedas e derrotas abrem espaço para o reconhecimento de limites e necessidade de superação e mudanças.

Não meus amigos, hoje não podemos deixar que sentimento pequeno nenhum tome um milímetro sequer da nossa essência pura e límpida de força e nem do desmedido sentimento que abrigamos.

É dia de levantar de cabeça erguida, de não entrar na pilha de torcedor adversário, somos um povo sem precedentes, invejado e odiado por ser fiel e amar sem medida.

O destino muitas vezes nos prega peças e cabe a nós saber bem entendê-las, interpretá-las e usá-las em nosso crescimento pessoal e/ou coletivo.

Sinto orgulho, hoje sinto mais orgulho ainda. Orgulho de cada coração que bate pelo Glorioso das Alterosas, orgulho da necessidade desse povo ser Galo, respirar Galo, cantar Galo, escrever Galo. Orgulho de o meu filho ser como eu, de ver tantas crianças desejando o Galo e aprendendo como é bom ser dessa família.

Sinto-me enaltecida por pertencer ao seleto grupo de mortais imortalizados por essas cores. Mortais que tem a eternidade alvinegra, que só cabe aos que entendem que, mesmo que o coração pare de bater, outros tantos irão ressuscitá-los quando lotarem estádios, aeroportos, jogo do infantil, sub-20 ou profissional.

Não há do que nos envergonhar. Somos nós o retrato dessa instituição, é por nossa causa que ela se mantém. Haja quantos técnicos houver, passem quantas estrelas passarem, comecem e terminem quantos campeonatos existirem. Nós estaremos de forma heterogênea, de forma que não se separa.

Nós não paramos no tempo, nós seguimos. Reconhecemos a beleza de um troféu, mas as taças nunca são mais importantes do que aquilo que sentimos, do que os amigos que fizemos, do que as histórias que teremos pra contar.

O dia primeiro de maio fechou um ciclo e é responsabilidade nossa passarmos a pá de cal sobre o ciclo que se fechou e tocar o barco, seguir em frente.

Aos que acham o fim uma derrota, uma eliminação, de certo vivem no “fantástico mundo de Bob”, a vida é feita de partidas e chegadas, derrotas e vitórias. O Atleticano não se abate, não teme as intempéries, não joga a toalha.

Perdemos e ganhamos o tempo todo. Nos relacionamentos, na vida profissional, nos esportes, e não há demérito nenhum nisso, isso é VIDA.

Sejamos gratos aos que nos ajudaram a encher de glórias as páginas de nossa história, sejamos justos com o amor que sentimos sem sucumbir diante de um mal que aconteceu. 

Sejamos fortes como sempre o fomos.

Que as almas continuem inflamadas por esse amor que une e que é vida real.

Encerro com frases do amigo Fael Lima; [1]“Essa camisa que tem colo de mãe absorvendo minhas lágrimas e dona desse cordão umbilical ao qual estarei sempre ligado. Camisa-mãe, sem defeitos, dona de cheiro único, intocável, insubstituível. Hino-pai me aconselhando pela vida. Ensinando a viver com muita raça e amor, a vibrar, a ser alegre, mostrando o valor da fidelidade e que não há vitória sem muita luta. Eu me orgulho desse sangue alvinegro...”.

Saudações Alvinegras!

Leide Botelho 02/05/2014


[1]Trecho retirado de crônica do Livro A TRADUÇÃO DO SENTIMENTO ALVINEGRO, de FaelLima