Há
momentos em que nos parece impossível sermos mais pacientes do que já fomos em
tantos anos.
Sinto
um receio enorme de pedir que sejamos um pouco mais tolerantes. É claro,
difícil ser paciente quando em cinco (cinco) meses, deixamos escapulir um
Mundial, um estadual e a possibilidade do bi-campeonato sul-americano. Mas
precisamos separar bem cada ponto, para não chegarmos à cegueira e prejudicar
ao invés de ajudar.
Repito
que, desde o título do dia 25 de julho, entramos numa ressaca que não passou.
Excesso de felicidade nos acomodou de tal forma, que demoramos um tempo bom
para cobrar. Nossa diretoria e jogadores pareceram sentir que fizeram o
suficiente, ou tudo, ou muito.
A
saída de Cuca, anunciada antes do Mundial, tirou da equipe aquele olhar
paternal que fortalecia, empurrava e ainda contagiava com sua fé. Na seqüência,
chegou um técnico frio, que parecia distante demais de tudo, ao ponto de fazer
uma passagem recorde na era Kalil. Pedimos sua saída, imploramos e demorou
demais para que ele fosse embora. Demorou o bastante para não conseguirmos nos
salvar a tempo do efeito devastador de “100% desconfiança”.
Encontramos-nos
assim agora, completamente intolerantes. Ranzinzas. Temos sim o direito de
cobrar mudança de postura, de cobrar contratações de qualidade e resultados. A
mudança de postura precisa ser geral.
Vaiar
um técnico em seu terceiro jogo, sabendo que ele não conhece a fundo o grupo,
destoa de qualquer ato sábio. O técnico que por vezes pedimos, chega falhando
sim, na maneira de falar. Não podemos tratar pessoas como números, pessoas
sentem, passam por dificuldades e por mais que devamos separar profissional e
pessoal, o ser humano é um conjunto de tudo que envolve sua vida. É preciso
motivar, fazer acreditar quando tudo parece avançar pela contramão.
Chegamos
ao ponto de um dos únicos integrantes do elenco que permanece INTEIRO desde a
final da LA2013, se posicionar sobre as cobranças, dizendo ser muito fácil
aplaudir quando tudo está indo bem.
O
que percebo do dia primeiro de maio até ontem, é um time engajado, empenhado em
mandar para as “cucuias” essa má fase. Taticamente talvez nada que salte aos
olhos e que nos faça meter o pé no pessimismo. Vaias a jogador que voltava a
campo ontem, depois de lesão.
Tivemos no jogo de ontem a alegria da entrada
do garoto Soutto, que por sinal entrou bem, mas que foi substituído sem
necessidade alguma a meu ver. Dentro do normal até então um erro do banco.
Muita
coisa precisa chegar aos eixos. Começando pelo nosso presidente, que precisa
lembrar que seu mandato ainda não chegou ao final. Frustra-nos que alguém a
quem tanto admiramos, em busca de outros objetivos, deixe de forma aparente, as
coisas correrem sem atitudes que realmente façam as coisas mudarem. Ele que
sempre foi respeitado por todos dentro do clube, está distante sim. Se não
estivesse muitos problemas teriam sido evitados.
Temos
um diretor de futebol que figura em nosso clube. Os bons nomes trazidos nos
últimos tempos não saíram dele, o técnico que jogou na lama nosso primeiro
semestre, não foi sugestão dele, ou seja, figuração em um clube com a
grandiosidade do Galo é completamente dispensável.
Como
esperar que nossos jogadores mantenham a intensidade e a entrega quando lá de
cima, tudo parece estar pro cocos?
E
nós, Massa Atleticana, por mais preocupados e zelosos que estejamos, temos que
dosar nesse momento o que falamos por aí. Dar munição pra quem nos quer no chão
é ignorância. Podemos cobrar, mas devemos principalmente motivar. Lembrar aos
que não estão bem que juntos podemos muito mais.
Pra
frente e pra cima, nunca pra baixo. Somos uma torcida fiel, que ama acima de
todas as coisas, que nossas atitudes reflitam amor e fidelidade e não só
fidelidade. Que de nós saia o que não percebemos em campo, força e fé nos que
nos representam.
Se
eles não acreditam, nós precisamos fazê-los acreditar.
Que
passe a fase ruim e que sejamos sábios no agir e falar.
Saudações
Alvinegras!
Leide
Botelho 05/05/2014
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