quarta-feira, 28 de maio de 2014

O exercício da paciência - 05/05/2014



Há momentos em que nos parece impossível sermos mais pacientes do que já fomos em tantos anos.

Sinto um receio enorme de pedir que sejamos um pouco mais tolerantes. É claro, difícil ser paciente quando em cinco (cinco) meses, deixamos escapulir um Mundial, um estadual e a possibilidade do bi-campeonato sul-americano. Mas precisamos separar bem cada ponto, para não chegarmos à cegueira e prejudicar ao invés de ajudar.

Repito que, desde o título do dia 25 de julho, entramos numa ressaca que não passou. Excesso de felicidade nos acomodou de tal forma, que demoramos um tempo bom para cobrar. Nossa diretoria e jogadores pareceram sentir que fizeram o suficiente, ou tudo, ou muito.

A saída de Cuca, anunciada antes do Mundial, tirou da equipe aquele olhar paternal que fortalecia, empurrava e ainda contagiava com sua fé. Na seqüência, chegou um técnico frio, que parecia distante demais de tudo, ao ponto de fazer uma passagem recorde na era Kalil. Pedimos sua saída, imploramos e demorou demais para que ele fosse embora. Demorou o bastante para não conseguirmos nos salvar a tempo do efeito devastador de “100% desconfiança”.

Encontramos-nos assim agora, completamente intolerantes. Ranzinzas. Temos sim o direito de cobrar mudança de postura, de cobrar contratações de qualidade e resultados. A mudança de postura precisa ser geral.

Vaiar um técnico em seu terceiro jogo, sabendo que ele não conhece a fundo o grupo, destoa de qualquer ato sábio. O técnico que por vezes pedimos, chega falhando sim, na maneira de falar. Não podemos tratar pessoas como números, pessoas sentem, passam por dificuldades e por mais que devamos separar profissional e pessoal, o ser humano é um conjunto de tudo que envolve sua vida. É preciso motivar, fazer acreditar quando tudo parece avançar pela contramão.

Chegamos ao ponto de um dos únicos integrantes do elenco que permanece INTEIRO desde a final da LA2013, se posicionar sobre as cobranças, dizendo ser muito fácil aplaudir quando tudo está indo bem.

O que percebo do dia primeiro de maio até ontem, é um time engajado, empenhado em mandar para as “cucuias” essa má fase. Taticamente talvez nada que salte aos olhos e que nos faça meter o pé no pessimismo. Vaias a jogador que voltava a campo ontem, depois de lesão.

Tivemos no jogo de ontem a alegria da entrada do garoto Soutto, que por sinal entrou bem, mas que foi substituído sem necessidade alguma a meu ver. Dentro do normal até então um erro do banco.

Muita coisa precisa chegar aos eixos. Começando pelo nosso presidente, que precisa lembrar que seu mandato ainda não chegou ao final. Frustra-nos que alguém a quem tanto admiramos, em busca de outros objetivos, deixe de forma aparente, as coisas correrem sem atitudes que realmente façam as coisas mudarem. Ele que sempre foi respeitado por todos dentro do clube, está distante sim. Se não estivesse muitos problemas teriam sido evitados.

Temos um diretor de futebol que figura em nosso clube. Os bons nomes trazidos nos últimos tempos não saíram dele, o técnico que jogou na lama nosso primeiro semestre, não foi sugestão dele, ou seja, figuração em um clube com a grandiosidade do Galo é completamente dispensável.

Como esperar que nossos jogadores mantenham a intensidade e a entrega quando lá de cima, tudo parece estar pro cocos?

E nós, Massa Atleticana, por mais preocupados e zelosos que estejamos, temos que dosar nesse momento o que falamos por aí. Dar munição pra quem nos quer no chão é ignorância. Podemos cobrar, mas devemos principalmente motivar. Lembrar aos que não estão bem que juntos podemos muito mais.

Pra frente e pra cima, nunca pra baixo. Somos uma torcida fiel, que ama acima de todas as coisas, que nossas atitudes reflitam amor e fidelidade e não só fidelidade. Que de nós saia o que não percebemos em campo, força e fé nos que nos representam.

Se eles não acreditam, nós precisamos fazê-los acreditar.

Que passe a fase ruim e que sejamos sábios no agir e falar.

Saudações Alvinegras!
Leide Botelho 05/05/2014

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